Dia 26 de Setembro de 2013, data marcada para o 11º Encontro Nacional sobre Tecnologia Aberta, local Lispolis (Pólo Tecnológico de Lisboa).
Após
ter acordado as 5h da manhã, ter apanhado alpha onde passei 2 horas
até chegar a Lisboa. Apanhar táxi e passar por todo aquele transito
no centro de Lisboa, eram 8h43 e já se encontravam no Welcome
Coffee cerca
de 200 a 300 geeks à procura do balcão para obter a identificação
do evento.
Nesses
cerca de 300 geeks, podíamos encontrar um pouco de tudo para a área,
mas principalmente dividíamos 50% para jovens estudantes e/ou
trabalhadores que adoram Linux que estavam lá para saber os feitos
do mesmo, e 50% para empresários ou pessoas com um nível de
conhecimento Sénior no mundo OpenSource.
Já
no anfiteatro o palco foi aberto por Eduardo
Taborda,
director geral da Syone,
dando as boas vindas a todos os presentes e passando a palavra ao 1º
convidado que seria Paulo
Trezentos,
responsável pela criação do Linux Caixa Mágica.
Paulo
Trezentos (CTO
na Caixa Mágica)
mostrou que a cada dia que passa, a distância entre o Desktop e o
Mobile diminui consideravelmente. Apresentando tabelas percentuais
onde era bem visível o desenvolvimento do Linux em 10 anos, onde
dobrou a percentagem de pessoas utilizadores de Linux (2.9%) (claro
que nada comparado à Apple, onde a percentagem de utilizadores no
mesmo período passou de 1.8% para 9.4% (resultados de 2010)). O
próprio Paulo propôs uma aposta de um jantar a qualquer membro da
plateia onde diz que em 2018 (apenas 5 anos) o Linux passaria dos
seus 2.9% actuais para 50%, apesar de toda a plateia ter olhado para
essa aposta como um sonho grandioso, acho que ninguém duvidou de que
isso pode ou vai acontecer.
Depois
de Paulo Trezentos, subiu ao palco
Tristan Nitot,
francês e fundador da Mozilla Europe. Mostrou sempre um espírito
jovem, começando por pedir a toda a plateia para levantar uma mão e
de seguida para baixar quem tinha o Mozilla Firefox instalado no seu
Desktop. Aos 6 que não baixaram ele disse “You must have something
wrong!”, o que criou um momento de risada na sua apresentação.
Deu a conhecer o conceito do Firefox OS, onde indicava que eles
criaram este sistema Mobile não para ser o número 3 (abaixo do
Google Android e do Apple iOS) mas sim para fazer da Web o número 1.
Tristan mostrou de uma maneira incrível o quanto acredita que a Web
é o futuro e como para os programadores, o HTML5 era uma vantagem
pois poderíamos programar uma aplicação e não a teriam de
reescrever para outra plataforma. De alguma maneira mostrou-se
desiludido com a Apple,
afirmando que utilizadores da mesma não decidiam o que usar nos seus
smartphones, pois a marca decidia por si. Dando o exemplo de que a
Apple
não tinha aceite o Firefox
Browser
para a plataforma iOS, mostrou que esse não era o conceito do
Firefox OS, pois querem dar ao utilizador a liberdade do que irão
usar e como usar sem qualquer restrições.
Sucedeu
Raúl
Oliveira
ao palco (CEO da IP Brick Internacional) que foi uma das pessoas que
mais me impressionou em todo o evento, pois apesar da sua longa
apresentação, mostrou onde a IP Brick implementou soluções
baseadas em OpenSource, mostrando exemplos de empresas de peso onde
fizeram instalação de serviços, como Centrais Telefónicas,
Servidor Exchange, Cloud, Backups, WebChar Messenger, CRM, domínios,
entre muitas outras coisas. Na minha visão não se destacaram por
conseguirem disponibilizar todos esses serviços, mas sim conseguirem
numa única estrutura colocar todos esses serviços a funcionar,
dando soluções aos clientes de como não ter quebras de serviços e
manter o máximo da qualidade possível. Esta é uma empresa que se
encontra neste momento nos 5 continentes e com uma fiabilidade
bastante elevada em qualquer mercado.
Stéphane
Dumond,
foi a pessoa que entrou no palco para mostrar um caso de sucesso em
França, onde este é o coordenador do maior projecto (Gendbuntu) de
migração para OpenSource existente até ao momento. O projecto
consiste na migração de 95 000 Desktops da Gendarmerie
Nationale
para tecnologia OpenSource (esta demorou 10 anos até estar
concluída). Stéphane deu um exemplo de uma das fases que consistia
no upgrade das máquinas para novas versões, onde o utilizador tinha
tempo de o fazer, e falo-ia assim que se sentisse preparado para
fazer. Quando vemos este tipo de estratégia pensamos logo que o
upgrade nunca será feito devido ao comodismo que é criado, mas
neste caso é completamente o contrário. Stéphane
mostrou que em apenas 3 meses as 95 000 máquinas tinham sido
actualizadas com sucesso pelos próprios utilizadores sem qualquer
interversão de técnicos especializados. Foi apresentado também um
gráfico onde mostrava que apenas 2% dos problemas foram criados pelo
Sistema Operativo, 48 % que se auto-resolviam com actualizações e
50 % pelos utilizadores que os mesmos resolviam com facilidade.
Stéphane disse que o primeiro passo para esta migração foi a
mudança de Microsoft
Office
para OpenOffice.
De
terras germânicas mais exactamente de Munique, veio Frank
Siebert,
responsável pela migração de 12 000 postos de trabalho para Linux
na câmara
municipal de Munique.
Ao contrário de Stéphane
Dumond,
onde a mudança de MS Office para OpenOffice foi uma das chaves para
o sucesso dessa mesma migração, para Frank, foi o primeiro entrave,
as pessoas tinham receio da mudança, mas após ultrapassarem essa
questão o caminho para o sucesso da mesma estava bem livre. Foram
refeitos cerca de 20 000 ficheiros que estavam preparados para MS
Office para ficarem compatíveis para OpenOffice, foi criada uma
ferramenta baseada em JAVA para que ao se actualizar um ficheiro na
plataforma, todos aqueles 12 000 postos tivessem um ficheiro
actualizado sobre o qual deveriam de trabalhar. Este projecto
iniciou-se em 2006, e que tal como indiquei era para 12 000 postos de
trabalho, mas visto o sucesso desta migração, foi estendido a 15
000 postos de trabalho tendo terminado este ano (7 anos).
E
como em Portugal também existem coisas boas, no palco desta vez
apresentava-se André
Vasconcelos
(Presidência do Departamento de Engenharia Informática no Instituto
Superior Técnico de Lisboa), veio explicar o que anda a ser feito no
nosso país neste momento. Este pela primeira vez em público anuncia
que Portugal já poupou cerca 15 000 000 € pela escolha de
tecnologias de código aberto. Pelo que percebi não existe nenhum
plano tão ambicioso como em França ou Munique, mas como André
disse existem incentivos, e dentro dos departamentos dos estado são
obrigados a comparar software proprietário com o software livre, mas
nada indica que sejam obrigados a tal mudança. André apresentou uma
tabela com as mudanças que pretendiam efectuar, desde office,
cliente de email, editor de imagem, entre outros, mas que para já o
único que tinha sido alterado seria o cliente de email onde teriam
optado por Zimbra.
Já
da parte da tarde o conceito foi diferente do da manhã, pois seriam
colocadas em palco pessoas que nos iriam apresentar aplicabilidade de
opções de código aberto, mais concretamente, mostrar como ganhar
com tecnologias de código aberto.
A
primeira pessoa a entrar no palco foi Erik
Brieva
(gestor de promoção de produto, RED
HAT)
que veio mostrar como faziam a promoção dos seus produtos, e onde
indicou que não estão totalmente dependentes dos seus revendedores,
o que lhes permite ter algum controlo sobre o seu mercado.
Apresentando um gráfico, Erik mostrou que 60% do seu mercado era
indirecto (revendedores de produtos e serviços) e 40% era directo
(desde venda pelo web-site RED
HAT
ou directamente ao cliente).
Após
a saída de palco de Erik, foi a vez daqueles pelo qual muita gente
da plateia aguardava, Chris
Dressel
(COO da Kwamecorp) e Kim
Hansen
(CTO da Kwamecorp). Estes trouxeram dois exemplares do Fairphone com
o qual tive contacto com ambos (prototipo
#17 e prototipo #28
com componente MediaTek)
após o evento. Dos dois apenas Chris falou, mostrando as ideias por
trás deste novo smartphone, sendo que está a ser desenvolvido na
Europa e que será produzido na China. Muitas pessoas irão perguntar
“Qual a diferença entre esse e outro telemóvel?”, e para essa
pergunta existe uma resposta muito fácil de dar, a partir do
web-site deste projecto conseguimos obter toda a informação sobre o
mesmo, desde de onde vem cada componente até onde será a fábrica
onde será fabricado. O objectivo será o uso de trabalho
não-precário (garantindo que os trabalhadores envolvidos na sua
produção terão um salário justo ao seu trabalho, e que as
condições do local para o efeito sejam garantidas), obter os
componentes de maneira a que não se use o mesmo que poderia
acontecer na produção (exploração infantil), e ainda a adição
de 25 € ao valor final do telemóvel para ajudas a instituições
de caridade. O telemóvel está a ser vendido por 325 €. Chris
indicou algo importante “Se não pudemos abrir o que compramos, o
que compramos não é nosso”.
Para
finalizar subiu ao palco José
Soares
da IP Brick para explicar uma das soluções da empresa ao qual
chamam de Soluções
VDI assentes em plataformas de virtualização.
Essas soluções permitem num só máquina correr vários sistemas
operativos tendo acessos aos ficheiros independentemente do SO em que
estamos.
A IP Brick usa RHEV (Red Hat Enterprise Virtualization) a qual
identificam como uma plataforma segura e de confiança para quase
todo o de servidor de serviços.
Para
além de todo o evento tive contacto directo com o Paulo Trezentos,
ao qual o questionei sobre a relação de a Caixa Mágica ter
alterado de KDE para GNOME e qual seria o publico alvo, sendo que em
Portugal não se dá grande importância a essa mesma distribuição
de Linux. Quanto à resposta foi bastante vaga entre o “não ter um
público algo” e o “é importante oferecer uma alternativa
fiável”.
Tive
contacto também com o Tristan Nitot, sobre o qual questionei sobre o
porquê de o Mozilla Firefox não ter o sistema de sincronização do
Google implementado. A resposta foi sem dúvida algo pelo qual
ansiava ouvir “Nós não temos esse sistema porque o Google não
encripta a informação dos utilizadores enquanto o nossos sistema
sim. Para além disso estamos a preparar algo dentro desse género
para que seja mais fácil a sincronização entre computadores seja
muito mais fácil.”.
Já
no final do dia tive contacto com Chris Dressel e Kim Hansen, onde
estive à conversa com Kim por mais de meia hora, onde o informei que
existia algo no smartphone deles que não estaria correcto a nível
de memória no telemóvel. Kim ficou bastante intrigado com essa
questão, pedindo-me logo o meu endereço de email para que quando
pudesse pesquisasse sobre esse assunto e entrasse em contacto comigo.
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